Namaste Pessoal
Publiquei esta mensagem num grupo comentando numa discussão sobre sampradayas.
Acho que pode ser útil.
A gente precisa avaliar a natureza do sistema de crenças, de estudos e práticas para entender as diferenças nas sampradayas.
Por exemplo, nas grandes sampradayas Vaishnavas e Shaivas de diversas regiões da Índia, encontramos uma natureza mais exclusiva, isto é, com uma perspectiva dual e um sistema fechado quanto à adoração do Divino. o Divino se manifesta de uma forma única e absoluta (como Vishnu ou Narayana, ou como Shiva) e todas as outras manifestações ou são secundárias em hierarquia ou não são aceitas.
Por exemplo, os descendentes de Madhvacharya e Ramanuja, que são sampradayas vaishnavas muito presentes no sul da Índia, tem preceitos próprios que não aceitam outras formas de adoração e ritos.
Conheço uma pessoa que visitava o Swamiji no gurukulam, mas não passava nem perto do templo de ShriDakshinamurti (Shiva). Tem gente que nem pronuncia a palavra tulasi, porque o “si” seria o fonema usado equivalente a “siva”, como Shiva é expresso na língua Tamil.
Tem sampradayas que não reverenciam Shri Ganeshaji pois não o reconhecem como deidade.
Existem diferentes sampradayas Vaishnavas e Shaivas no Sul, na Região da Bengala, no Maharashtra e Gujarat, na região de Vrindavan, no norte em Uttarakhand e grupos menores em todos os lugares.
Cada uma vai ter sua hierarquia quanto à manifestações de Vishnu ou de Shiva.
Existem sampradayas que tem natureza inclusiva, ou seja, aceitam todas as deidades como manifestações de uma realidade maior, e com isso, todas as manifestações são válidas e merecedoras de veneração, de estudos e práticas de adoração. Esse é o caso das sampradayas Smārtas e algumas linhas de Tantra, e algumas menos conhecidas iniciadas por um Guruji ou outro.
Essas aceitam uma visão não dual, o que acomoda todas as possibilidades de adoração do divino em suas diferentes formas.
Por exemplo, vi no altar de casas de Smārtas até foto de Jesus recebendo puja junto de Ganeshaji, Shiva Bhagavan, Bāla-Gopalaji (Krishna bebê) e Durga Mataji.
Vi em casa de tantricos, imagens de deusas do Budismo junto à Kali Mataji.
A gente precisa entender a natureza das sampradayas ,o que elas oferecem como sistema de crenças e práticas. E, por consequência, poderemos saber o que combina conosco, com nosso jeito de ver o Divino.
Hoje em dia, o Google ajuda muito a ter informações preliminares.
Se desejarem mergulhar num estudo sobre as idéias básicas da Tradição Védica, vem conosco na turma que se iniciará nesta semana.
Tudo de bom para todos.
Namaste
Swaminiji
AVG Brasil 